quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Os Prazeres de viver cada acorde




É assim que nos sentimos em cada momento da vida quando ouvimos algo que nos toca. A música, como todo poder de alquimia, tem essa capacidade de tocar nossa alma. Sim, nossa alma. Afundamos ou ressurgimos em cada acorde, melodia, como uma ressonância de tudo e todo o corpo; a música vai no âmago do pensamento, nos revelando a dor, o amor, o rancor, o ódio. Ela nos faz perceber em cada melodia ou em palavras a busca de cada fragilidade. 
Ao ouvirmos músicas, nos remetemos ao passado e a melodia sempre transforma em presente. Pensamos e transformamos em realidade o que a memória nos dá por um  momento, como um texto deslanchado numa doce linha da memória. Assim somos capazes de sussurrar e reviver momentos muitas vezes apagados, ou de tão boas lembranças que pedimos e fazemos doces replays a mesma e insistentemente canção, que arranca de nós bobos e meros humanos um doce sorriso, um olhar e quem sabe até mesmo uma lágrima. 
Como um poeta, o músico ele trata sua arte como um bem precioso, que vai conseguir se eternizar batizando cada momento com uma melodia, uma frase, um gesto. Como um pequeno violoncelo, que no passar de doces toques transforma a música em uma enorme fantasia de embriagues. 
Bem como uma suave voz, que em grande etonação nos faz entender o que em palavras não dissemos. Seremos capazes muitas vezes de ir até onde nem imaginamos, visualizando um universo de cores, de sabores, destinados como um cardápio, chamado de repertório. 
Como um pintor, a música se desmancha nas mãos do compositor como a escolha de um desenho, a cor da tinta e a preparação de uma grande tela. Como um ator a encenar uma peça com uma fantasia transformada em realidade.  
Nem deveriam ter criado o dia da música, do músico, dos ritmos, porque a música como um porre que queremos repetir, nos embriaga em todos os instantes, como um gole delicioso que banha nossa alma e nos leva a conhecer o  queimar do fogo, como também a serenidade dos rios em que cada momento destina seu percurso mesmo que as pedras insistam em desviá-lo. 
A música como uma universal forma de arte, é e sempre será um diálogo que não precisa  entender em que idioma se fala, mas com qual coração se ouve.

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