domingo, 24 de julho de 2011

Os prazeres de viver à caverna



Talvez nem saibamos o quanto é importante viver momentos de solidão e isolamento. A nossa caverna interna, precisa ser ativada, com a mais profunda delicadeza e entendimento. Funciona, ou é para funcionar, como uma viagem, uma busca de controlar o íntimo de si. Na correria diária, esquecemos o corpo necessitado de reflexão, ordenamento do pensamento e até mesmo de buscar o que falta. Se recolher e refletir é como corrigir o próprio eu.
Vendo os dados de uma pesquisa recente sobre prostituição me assustei ao saber que há um número crescente de mulheres entre os 30 e 50 anos aumentando esses dados. E assim pasmem: são mulheres saídas de uma separação. 
Por que será que essas mulheres partiram para esse fim?
Buscando justificar os meios?
Uma separação, sabe-se causa uma enorme perda, um vazio indescritível. Mas será que o recolhimento na caverna da atual vida resolveria?
Quanto tempo de nossa vida dedicamos aos outros e esquecemos de nós?
A mulher parece ser o lado mais frágil quando acontece essa separação. É como se o mundo acabasse em  poucas horas e ela assim quisesse viver tudo que não foi vivido em poucos momentos. E aí, a diversão deixa de ser prazer para se transformar em vingança, e se troca de parceiro desesperadamente como se pudesse preencher um vazio não esperado, sendo assim, aumentamos os dados da mais cruel estatística feminina: a prostituição.
A dor, ela precisa ser vivida, como um luto de alguém que não morreu. Fazer de uma ausência inesperada, um reflexão de quanto esqueceu de você. Resgatar o que tem de bom, reavaliar as mágoas, os motivos da separação. Assim nessa entrada na caverna, você saí restaurada, inteira para uma nova vida, ou dando um novo sentido para ela. Ter um novo alguém, é um passo importante, ou seja, deve ser. Nunca um passo desesperado, uma vingança. Enquanto se sentir ferida, não queira outro pessoa. Por que vais correr o risco de fazer a coisa errada. Ninguém merece entrar na sua vida pela porta da dor. E nem você merece fazer a escolha errada. Viver sozinha é uma opção, Mas se relacionar sem compromisso é uma responsabilidade dividida, senão você aumenta essa estatística sem perceber, porque sai por aí despejando sua angústia, sua raiva, se achando a maior conquistadora, "pegadora", quando na verdade está fazendo a maior besteira.
Então que tal um banho de amor próprio no mar do seu EU?
Uma avaliação dos seus erros, pensando em sua parcela de culpa e assim secar sua alma para recomeçar?
Pense nesse interno que tens, que nenhuma caverna do mundo descreve e reviva de forma que o amor seja primeiro por você mesma. Porque ninguém é capaz de amar outro senão amar a si mesmo. Ninguém é capaz de perceber outro se não tiver percepção de si mesma.
Então que tal vestir a roupa da auto estima e seguir em frente?

E lembre-se na caminhada da solidão quem vier atrás deverá ter sua permissão, caso contrário o apague. Pois sua vida nem perceberá que você usou a borracha para descartá-lo.


Maria dos Prazeres Pereira da Silva

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