terça-feira, 2 de agosto de 2011

Os prazeres da linguagem

Eles são terríveis, irreverentes, debochados, divertidos e sabendo bem muito bem o que querem. As pessoas acham vários apelidos para eles, mas nem se incomodam, afinal assumir seu lugar na sociedade muitas vezes preconceituosa,  é para poucos.
Assim são os homossexuais, gays lésbicas e simpatizantes. Eles vêm com tudo e dedico este espaço, para falar de uma linguagem muito peculiar neste mundo de cores diversas.
Claro que agora tornou-se moda, é bicha! Referindo-se ao colega. Se querem dizer que é chique falam: você ta barra mona, fechosa, tá abalando, um escândalo.

Se querem xingar já vão pensando em chamá-los de bicha o oh, minguada, baranga, gongada.
Já, se entre eles a "bicha", é velha aí o bicho pega, já viu, é maricona, vovó, a velha, a bicha gagá.
Se estão alegres, sai de baixo, é gritos, euforias, vamos brindar que é só hoje.
Entre eles não tem espaço para brigas, até suspiram se o namorado do outro for um escândalo, olham e falam que o bofe é de "matar" e pedem para passar a receita. 

Com as mulheres se tem amizade, se tornam verdadeiros escudeiros, defensores e amigos leais. O que mais surpreende é que tornam-se um infinito de cores por sua simpatia e alegria que nos encantam.
Fico pensando o porquê da homofobia, é tão grotesco e absurdo, que prefiro aqui só relatar os prazeres dessa linguagem, essa forma de comunicação e afirmar que sou assumidamente uma defensora dos gays, homo, bi e simpatizantes. E dizer para os hipócritas: "volta pro mar oferenda". 

O que me interessa, não são as classificações, mas a forma de ser. Sou muito feliz por conviver em minha casa com um homossexual assumido e saber que ele é meu amigo. Olhem, que esse texto é dedicado à ele e aos que não posso falar aqui, porque respeito sua escolha. 
E se me batizam como uma deles, como me chamam de traveco; assumo. E como dizem adooooooooro ser mona! 


Maria dos Prazeres Pereira da Silva

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