terça-feira, 16 de agosto de 2011

Lua e mulheres os prazeres das fases

Mulher tal qual lua cheia
Que me ama e me odeia
Meu ninho de amor

Esse trecho é de uma música cantada por Raul Seixas, que numa declaração de amor à lua, demonstra indiretamente a força da mulher. Sendo assim, ouso dizer que a lua, em sua magnitude, nos inspira como verdadeira amante. Nos tornamos amantes de nós mesmas e nos sentimos prontas para amar o outro. Mesmo que diante das ilusões sofridas, nos postamos perante a dor como uma lua minguante, que em recolhimento se guarda para vir com força total.
Assim em plena lua nova, surgimos como  que em etapas, nos refazendo de qualquer uma fraqueza e procurando secar as feridas em uma nova forma de ser. 
As fases da lua, como uma divisão, representa mudança. Mas apesar de ser considerada como um astro que não tem luz própria, ela nos hipnotiza, banhando-se na majestade o sol, sugando força e altivez, que quando nasce, faz até os céus chorarem como uma cascata chamada de chuva, anunciando a sua chegada.
A lua muda as marés e faz os pescadores sonharem com o alimento e decidirem o momento certo de lançar sua rede. 
Nós, mulheres indo de uma lua nova para crescente, nos cercamos de redes imaginárias para fisgar o que nos importa e interessa, e em pequenas frestas dessa rede, lançamos ao mar da ilusão o que não queremos, e esperamos que a deusa dos mares nos devolva de outra forma o que queremos.
E num passe de mágica essa nova lua-mulher, tornar-se cheia de atributos, arredondam-se em enorme brilho, inspirando os amantes, enamorados, iluminando rios e mares, fazendo as  fêmeas desse reino, tornar-se real e encantar os que buscam esse feitiço a mergulharem na doce ilusão do ser.
E aí como uma fada bruxa, esnoba o sol, macho no reino dos planetas, sugando dele toda sua energia, para aparecer brilhante ao fim da tarde, fazendo-nos acreditar que aquela luz foi retirada em um momento de eterno prazer, que faz esse homem sol se apaixonar todos os dias.
Então mulheres, essa metáfora da lua, é um texto que fiz, para mostrar que podemos viver sem sugar  luz de quem não tem para nos oferecer. Podemos brilhar sem mendigar luz alheia. E se a rejeição, o fora, o desprezo "bater" à sua porta, por favor não a feche, aceite. Mas nunca esqueça de que quando for abrir novamente essa porta seja para depositar nos absoluto esquecimento esses sentimentos que não servem para você. Porque acreditem: só é capaz de vencer uma derrota, quem sabe lidar com ela.

Esse texto vai para as mulheres que sofreram um fora, uma desilusão, que foi deixada por outra. Mas que nunca perderam a auto estima.

Maria dos Prazeres Pereira da Silva

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Os prazeres da linguagem

Eles são terríveis, irreverentes, debochados, divertidos e sabendo bem muito bem o que querem. As pessoas acham vários apelidos para eles, mas nem se incomodam, afinal assumir seu lugar na sociedade muitas vezes preconceituosa,  é para poucos.
Assim são os homossexuais, gays lésbicas e simpatizantes. Eles vêm com tudo e dedico este espaço, para falar de uma linguagem muito peculiar neste mundo de cores diversas.
Claro que agora tornou-se moda, é bicha! Referindo-se ao colega. Se querem dizer que é chique falam: você ta barra mona, fechosa, tá abalando, um escândalo.

Se querem xingar já vão pensando em chamá-los de bicha o oh, minguada, baranga, gongada.
Já, se entre eles a "bicha", é velha aí o bicho pega, já viu, é maricona, vovó, a velha, a bicha gagá.
Se estão alegres, sai de baixo, é gritos, euforias, vamos brindar que é só hoje.
Entre eles não tem espaço para brigas, até suspiram se o namorado do outro for um escândalo, olham e falam que o bofe é de "matar" e pedem para passar a receita. 

Com as mulheres se tem amizade, se tornam verdadeiros escudeiros, defensores e amigos leais. O que mais surpreende é que tornam-se um infinito de cores por sua simpatia e alegria que nos encantam.
Fico pensando o porquê da homofobia, é tão grotesco e absurdo, que prefiro aqui só relatar os prazeres dessa linguagem, essa forma de comunicação e afirmar que sou assumidamente uma defensora dos gays, homo, bi e simpatizantes. E dizer para os hipócritas: "volta pro mar oferenda". 

O que me interessa, não são as classificações, mas a forma de ser. Sou muito feliz por conviver em minha casa com um homossexual assumido e saber que ele é meu amigo. Olhem, que esse texto é dedicado à ele e aos que não posso falar aqui, porque respeito sua escolha. 
E se me batizam como uma deles, como me chamam de traveco; assumo. E como dizem adooooooooro ser mona! 


Maria dos Prazeres Pereira da Silva